quinta-feira, 14 de junho de 2007

Eu Acredito!!!



Quem viu o jogo de ontem pôde comprovar de que o Boca é um grande time, mas é sim...BATÍVEL!!!

É possível SIM reverter, ao menos igualar o escore!! Já está se formando uma intensa mobilização em torno dessa decisão!!

Vamos GRÊMIO com força e com garra e honra tua história!!!

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Lutaremos que Ganhamos!!!


GRÊMIO 2 X 0 SANTOS – 30/05/07 Estádio Olímpico – POA


Dois dias antes do jogo fui incumbido de ir pegar os ingressos, por, entre outros fatores, ser o menos “ocupado” da turma. Resolvi não enfiar os pés pelas mãos e ir em horário dito comercial, aquele horário racional no qual muitos acordam normalmente para ir trabalhar ou estudar. O plano era chegar lá num horário nas quais as bilheterias recém tivessem abertas para não comprometer com o restante do dia. Nesse dia pude perceber de fato duas coisas.
Uma delas era real e factível. É a de que existem momentos e circunstâncias na tua vida em que tudo que for considerado racional e normal deve ser sumariamente jogado fora, aniquilado. Isto porque se soube que havia gente “pousando” de domingo para segunda-feira na fila do estádio para pegar ingresso e além disso após pegar a entrada de Sócio Torcedor com a carteirinha emprestada de meu irmão, me deparei com a maior fila já vista em torno de um estádio. Ela iniciava bem no portão principal que dá acesso ao Largo dos Campeões e tinha fim só na bilheteria do outro lado do estádio, isto é, do outro lado da quadra. Menos mal que estava preparado para tudo e estava acompanhado de um livro para matar um tempo.
A partir daquele instante veio então à tona outra percepção. Essa talvez seja mais difícil de explicar, mas não custa nada tentar. É algo mais abstrato porém muito palpável. Não sei se é uma sensação ou uma mistura de várias, mas garanto que é algo muito gostoso e confortável, algo que infla tua alma e teu corpo. Algo que a pessoa só sentiu de forma parecida na infância, no meu caso me remete direto aos meus 13 anos de idade. Isso já fazem 12 anos. Mas enfim, deixa-se em aberto embora o registro seja válido. No dia e até há bem pouco achei que fosse por conta dos remédios que estava tomando para combater os fortes ataques alérgicos. Mas depois vi que isso continuava e continua até agora embora de modo mais discreto. Não sei ainda que relação isso tem com essa história ou com o que está por vir, mas como já disse, não custa nada registrar pois coisas assim são boas demais para ficar em segredo, ou sem um mínimo aceno.
Agora depois de expostas estas duas coisas aprendidas, vamos a realidade. Não estive disposto a verificar essa fila enoooorme que se fazia até porque também estava sozinho e não tive como deixar ninguém de prontidão para verificar. Mas o fato foi que acabei perdendo um tempão ali pois já depois do meio-dia é que fui descobrir que aquela fila escabrosa era a de estudante. Bem, a essa altura já com fome e tudo mais, não me importava mais com o que poderia vir depois. Sendo assim atravessei a zona das bilheterias e me posicionei na fila “normal” que comparada com a outra estava em tamanho bem reduzido. Dessa forma uns 40 minutos depois de entrar ali já estava, finalmente, comprando os benditos ingressos para o grande duelo.
Passa tudo isso e vem o dia. Aquela quarta-feira se apresentou bem fria desde o início causando cada vez mais frisson em mim e em todos os diretamente envolvidos na partida. Tanto que aquele dia voou rápido e rasteiro como todos os demais decisivos. Fora combinado de me encontrar com o pessoal lá no estádio em frente à GrêmioMania. O que não foi lá uma decisão muito esperta já que é um dos pontos de encontro mais marcados pela torcida, talvez só perdendo para o bar Preliminar que é em frente a entrada principal. Tinha decidido desde segunda que iria a pé para o estádio, fazendo jus a toda aquela superstição já mencionada em um post anterior, sim no anterior a esse aqui.
Quase chegando descubro que a pilha do rádio acabara e me vi estreito. Menos mal que nas proximidades é possível encontrar gente vendendo de tudo, ou quase tudo, que possa se relacionar ao jogo. Um desses foi a minha salvação. Seu principal produto eram radinhos de pilha daqueles pequenos, mas felizmente ele tinha muitas pilhas e um grupo delas de 4 ao valor de R$2 foi a minha salvação. Mas foi um tempo precioso perdido, já que o trajeto a pé é maior do que o gasto numa condução. Então apurei meu passo mais do que nunca. Mas nisso ao chegar lá descobri que o pessoal já tinha se encaminhado para as filas então fui ao portão 10 e consegui achá-los. Mas numa decisão, cada detalhe é importante e não pode ser deixado de lado, inclusive uma brecha entre tu e teu camarada numa fila. E isso ocorreu e foi pago um preço bem alto por isso. A fila onde eles estavam andou bem e a minha estacionou. Só fui entrar no estádio uns 15 minutos depois deles. Me fudi de fato!!
Então daí em diante até a hora do jogo mesmo, foi uma procura incansável com toques e chamadas entre celulares intermináveis e em vão. Percorri a arquibancada de uma ponta a outra e nada. Subi e desci e nada. Me senti um estranho no ninho, aquela criancinha desamparada na multidão. Afinal de contas em tudo se busca diversão. E não há como se ter diversão em um estádio vendo o jogo sozinho. Até se pode, mas é muito difícil. E foi o que restou. Mal eu sabia o que o evento central das coisas ali naquela noite me reservaria.

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Fiz essa divisão porque tudo escrito até então era sobre o antes. Agora vem o jogo mesmo. O entrevero das 4 linhas. O duelo. Algo engraçado que se notou foi que talvez nunca uma torcida fosse tão notada pelas suas confecções extra-jogo, os cartazes, desenhos, frases e tudo aquilo que permeia o folclore do futebol. Não se imaginava que uma piada em princípio tão óbvia sobre um jogador pudesse vingar tanto, como a do Zé Ruela, por exemplo, (referência ao Zé Roberto). Realmente os gremistas além de fervorosos são muito criativos, sim senhor.
Achei uma posição razoavelmente interessante após a busca sem sucesso pela minha turma. Iria considerá-la muito mais importante depois de tudo. Como estava (e ainda estou) sob orientação médica e dieta de remédios, não houve “aquecimento”, então pude assistir tudo na velocidade real das coisas. E a primeira impressão com aquele lançamento seguido de chute de Marcos Aurélio com grande defesa de Saja não foi das melhores. Mas o Tricolor desafia máximas e prova que a primeira impressão dificilmente é a que fica. Depois disso o time começou a se impor em campo com uma marcação forte e jogo objetivo com a bola no pé. À medida que as chances iam aparecendo a crença ia aumentando em relação a um bom resultado. Primeiro pela bola recebida por Tuta na área em meio aos zagueiros, ajeitada no peito e chutada pra fora com perigo. Após outras investidas, o predomínio técnico era do Grêmio até que em um lateral Diego Souza se enrola com um zagueiro santista e se nota este puxando o gremista pro chão. O apito de pênalti foi preciso e incendiou o estádio. Um dos grandes momentos de ansiedade coletiva, já registrados na história do Estádio Olímpico. Isso é fato. Após um minuto e meio, talvez dois, a cobrança é autorizada. Tive privilégios nesse momento pois eu estava exatamente colocado reto à marca do pênalti.
Daí o silêncio após o apito, a única coisa que se notava mover era o Tcheco indo pra bola, a calma, a precisão e o Golllllll!!!! O que se sucedeu foi um êxtase sem precedentes com múltiplas avalanches e uma vibração sem tamanho. Então um jogo que já estava mais para o Grêmio ficou todo pra ele. E quando a torcida ainda saboreava o mousse de chocolate do primeiro gol, eis que uma bola ficava rodando na defesa santista, o zagueiro Adailton não a domina bem e Carlos Eduardo surge tal qual um raio e lhe rouba a bola, chega em frente ao Fábio Costa e lhe cumprimenta com toque tão sutil quanto genial de pé esquerdo fazendo com que ela vá repousar novamente em redes santistas. Agora o que foi servido é um bolo suculento de chocolate com toda a ornamentação digna de uma confeiteira maravilhosa, deixando a cereja de lambuja pra quem quisesse. E ela esteve perto de ser comida ainda no primeiro tempo com um contra-ataque fulminante no qual Lúcio chutou pra fora. Logo terminava o primeiro tempo e nos vimos em uma panela de pressão em plena fervura total em oposição ao frio seco que nos corroia.
O segundo tempo trouxe com ele a impressão de que viveríamos uma tensão e pavor implacáveis, já que pude observar as alterações do Santos e que o deixava mais ofensivo. Mas o que vimos ao invés disso foi uma tropa de homens fardados de tricolor exercerem uma tarefa implacável, irretocável, inquestionável. Um exercício de superação impressionante, no qual deixou até nós espectadores pasmos. Não havia refresco para nenhum santista, a não ser que este ficasse pra trás da intermediária de defesa. Muitos tiveram destaque nisso, mas, o que eu ouvi muito no decorrer do jogo e especialmente no segundo tempo foram coisas sobre o Gavillán. A que mais me surpreendeu e dei razão a quem disse foi que “o problema dele era a camisa mesmo”. Ri muito na hora, mas depois vi que era mesmo verdade. O jogador paraguaio vem em processo de afinação com a equipe nos momentos decisivos. Outro é Sandro Goiano, este tem sido o legítimo xerife, mesmo com choradeiras pra cá e pra lá sobre seu jeito de jogar. Libertadores, afinal de contas, deve-se ter sempre um algo mais para se conquistá-la. A grande maioria das chances de gol da segunda etapa foi do Grêmio, mostrando como se joga futebol com imposição, lealdade e garra em seus domínios. O Santos com sua ofensividade só foi chutar a gol aos 35 do segundo tempo, o que mostrou realmente quem faz e fez por merecer a classificação a final da competição. Após o final do jogo enfim encontrei meus amigos e constatei que estávamos bem próximos até. Que no próximo não haja essa separação.
Bem, depois disso teve o jogo de volta e muita coisa se ouviu e se viu. Teve um pessoal lá falando umas merdas, um disse que disse, e mais ansiedade. E no fim deu o que tinha que dar, com muito sufoco. Mas chegamos lá e o adversário é totalmente respeitável e já é conhecido nosso. Vamos ali encarar mais essa pedreira e depois decidir tudo aqui em nossos domínios. Até lá então!!!

Trilha do post: Um é pouco, dois é bom, três é demais - Renato & seus Blue Caps // Good Morning, Good Morning - The Beatles

terça-feira, 29 de maio de 2007

Superstições e Superações



Grêmio (4) 2 x 0 (2) Defensor Sporting – 23 de maio de 2007.


No futebol é importante – fundamental pode-se dizer – ter algum tipo de superstição. Digo isso, pois quando nos deparamos com algumas situações e vemos uma pequena parcela de chances de superá-las, é preciso se sustentar em algo vindo do imponderável. Daquilo que se tem certeza que no mundo real não funciona, mas que para nós naquele momento nada mais importa senão for permanecer em determinado lugar ou segurando a camisa com uma mão ou outra, ou outro tipo de ritual que, quando vimos que funciona pensamos: “Vou fazer isso até o fim”.
Isso tudo foi para (tentar) exemplificar o que aconteceu na última quarta-feira no jogo de volta das quartas-de-final da Taça Libertadores da América. Nesse jogo foi testada não só a tal imortalidade e capacidade de superação do time, como também a resistência clínica dos torcedores que provaram estar juntos a todo o momento. Não é qualquer dia que um estádio recebe mais de 42 mil pessoas numa quarta às 19h15min. Enfim, estes e mais os milhares que corriam ou de casa (meu caso) ou de escolas, ou de trabalho para algum bar legal para assistir à partida. Poucas vezes a ansiedade bateu tão forte a nós porque afinal de contas esse foi o primeiro jogo dessa competição no qual não marco presença no estádio. Muito devido ao horário e por conseqüência sem chances de companhias, porque nesses jogos, afinal de contas, não se pode ver sozinho. A “corrente pra frente” fica comprometida. Portanto a fizemos, porém em um bar na Avenida Goethe em Porto Alegre, lugar no qual descobrimos na grande final contra o Juventude que é o melhor para se acompanhar grandes jogos.
Bem, chegamos cerca de quinze minutos antes de começar a decisão e vimos nesse meio tempo o bar lotar completamente e a calçada no lado de fora também. Nota-se o quanto de correria pode gerar um evento que começa mais cedo do que o habitual. A confiança era intacta em uma reversão de resultado e isso começava a ficar palpável nos primeiros minutos. O que me tranqüilizou mais foi o fato de termos conseguido uma mesa bem em frente e próxima ao telão. Isso pode ser um detalhe insignificante pra você, mas pra mim isso contou muito também, já que no primeiro jogo vimos beeem do fundo e ficamos sem mesa e com condições adversas o Grêmio perdeu. É um tanto estranho ver a partida em um lugar que não seja o estádio, ou lugares onde se esteja mais acostumado. Mas a escolha foi boa, isso eu asseguro.
Quando a pressão se encaminha para algo mais forte uma falta é cobrada da intermediária por Tcheco e se ouve um “feitoo!!” da rua dois segundos antes de ela entrar. Explosão geral, sem trocadilhos com a maior torcida (des)organizada do Brasil. E o que se vê daí em diante é uma pressão quase que acachapante do tricolor em busca da igualdade no confronto de 180 minutos. E depois de várias investidas frustradas no último detalhe ela enfim chega após falta cobrada da direita. A bola é espanada pela zaga uruguaia e sobra na intermediária de ataque. De Patrício para Sandro e dele sai um passe fruto de uma visão digna dos grandes meio-campistas para Teco, o nosso zagueiro que tal qual um centroavante a dominou e no momento certo tocou entre as pernas do goleiro Martin Silva que já se destacava a aquela altura. 2 x 0. Pronto. Nesse instante entre pulos e gritos virei para meus amigos e disse: “Agora é outro jogo!”
Não cheguei a estar errado, mas se realmente soubesse o sentido da palavra ‘outro’ confirmado na segunda etapa, talvez tivesse reformulado a frase. Aí entram as tais teses referentes à superstição. Qualquer uma valeu nessa hora. O jogo complicou afinal de contas o Defensor mostrou suas garras e tentou armar botes mortais sem contar com um reforço inigualável. O juiz Carlos Amarilla. Veja bem, além das tradicionais faltinhas ocasionais que trancam o jogo por trancar e daquelas invertidas sem nenhum nexo, houve ao menos DOIS pênaltis cla-ros cometidos pelos uruguaios sendo um deles gritante em cima de Carlos Eduardo. Como se não bastasse, poucos minutos depois o jogador do time violeta avança com a bola até a intermediária, ajeita pra canhota e dispara. Como um morteiro ela explode no travessão de Saja, quica e sobe para um rebote frustrado do ataque deles. Nesse instante ficamos todos congelados, quiséramos nós fosse somente pelo frio. Depois daí tive a certeza de que eles não fariam gol. Lesões ocasionais e a tal tensão, que a essa altura era preponderante inclusive em campo, dificultaram maiores ações ofensivas fazendo com que o jogo acabasse 2 x 0 e eu louco de raiva com o juiz. Não só eu na realidade.
Veio então a tal angústia na qual é sempre indesejada por qualquer torcida. Os pênaltis. Dizem uns, ser loteria, outros dizem por sua vez que são fruto de mera competência. A verdade é que é um misto de tudo, incluindo toda e qualquer figa que se faça. Meus dois amigos ficaram de pé antes da primeira cobrança. Já eu quis ficar sentado na cadeira. Em comum todos beijávamos as camisas. Veio a primeira cobrança do Defensor e.....................bola no travessão. Nova explosão. Daí então ficaram definidas as nossas condutas durante as demais cobranças. Eu sentado e concentrado e eles de pé, todos no mais alto grau de tensão e sintonia. Uma corrente única formada com intensidade sem capacidade de medição. Daí veio o primeiro gol gremista no pênalti. Não foi muito bem cobrado, mas valeu. Então a segunda cobrança uruguaia veio e a bola subiu e sumiu. Nova festa. Então veio nosso segundo gol e então eles começaram a acertar até que Douglas bateu e foi a melhor de todas as cobranças. Ali a classificação era clarividente. E mesmo com o segundo gol dos uruguaios encostando no placar, vai Ramon e bate com calma e classe no ângulo. Festa agora consumada. Grêmio classificado e todos os rituais supersticiosos aplicados deram resultado. Mais uma vez nossa festa ganha ar de nobreza por mais uma proeza conquistada. Vamos agora para as semi-finais contra o Santos e mesmo com a noite gelada, valeu à pena voltarmos pra casa entoando os cantos da nossa torcida mesmo com o ar gelado vindo das ruas. Seguimos firmes, fortes, aguerridos e bravos rumo ao nosso sonho.
*Trilha do dia -> Gal Costa - Divino Maravilhoso // Television - Glory

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Proezas e Façanhas

GRÊMIO 2 X 0 SÃO PAULO - 09 de maio de 2007


Esta é mais uma epopéia incrível desse time que cada vez mais aprimora o termo ‘superação’. Desta vez a vítima foram os temidos tidos bambis do São Paulo. A jornada foi vitoriosa a tal ponto que merece ser contada em 3 atos.

ATO 1 – A garantia da presença

Desde o início daquela semana a busca por ingressos foi intensa a tal ponto de a cota de ingressos para estudantes ter esgotado logo. Fui incumbido de buscar os ingressos para mim e um amigo. Também para meu irmão se ele não tivesse esquecido de deixar comigo sua carteira de sócio. Enfim, depois do ônibus ter chegado ao estádio rápido (pra minha surpresa), fui tentar conseguir o ingresso dele com apenas um carnê, mas sem sucesso. Fica claro que com o Grêmio não há como aplicar, literalmente.
Após isso já preparando o psicológico, dei a volta na quadra e fui para a tal bilheteria na Avenida Carlos Barbosa. A fila não foi a maior com a qual já me deparara, mas já chamava muita atenção tendo em vista que ela já fora enorme no dia anterior. Era em torno de 10 da manhã e lá estava eu com um livro de companhia e a medida que o comboio andava a expectativa aumentava. Logo começavam os zum-zum-zuns de “ah....tal setor já acabou” ou senão “bahhh.....eles vão parar de vender ligeirinho porque ta quase tudo vendido”. Enquanto isso ia aumentando também o contingente de urubus cambistas na calçada, numa caradurice de dar inveja. Então após algumas desistências de pessoas que estavam à frente, enfim eu estava perto de chegar às bilheterias quando passa um senhor contando e perguntando que setor cada um iria comprar. A grande maioria tascou “Arquibancada!”. Então percebi que passando de mim mais umas 10 pessoas garantiram os ingressos. Dali pra trás, só cadeiras. Foi a primeira vitória no embate. Comprei os dois ingressos. Mas ela só foi consumada mesmo quando a tarde retornei ao Olímpico, dessa vez de carro e com meu irmão. Ele enfim levou sua carteira e garantiu também o seu bilhete. Agora sim, tudo tranqüilo e a terça se foi com a missão cumprida.

ATO 2 – Rumo ao estádio!

A noite vinha trazendo consigo um clima ermo com um céu povoado de nuvens. Parece poético-piegas demais, mas foi bem por aí. Então quando chegamos na casa do outro amigo nosso que foi(esse por intermédio de outro sócio) já havia um clima de “aquecimento” no lugar, quando ele ofereceu-nos o primeiro gole do tal trago, no caso Dreher. Após irmos tomando e a dose chegava no fim, ele então trouxe a garrafa e a primeira surpresa vinha junto. Meia garrafa já tinha ido. Ele sozinho acabou tomando praticamente metade da poção. Tudo bem, né, fazer o quê? Colocamos gelo no copão acabamos enchendo-o com a bebida e colocamos o resto numa garrafinha de água mineral (legal, né?!). Então nos reunimos todos e fomos de carro bebendo conhaque e cantando as canções clássicas da Geral junto com o Cd personalizado que fizemos.
Chegamos em Porto Alegre e estacionamos num lugar seguro, já conhecido de nosso amigo. Então tivemos de pegar o ônibus. Aí veio a ansiedade. Creio que levou mais de 20 minutos para passar ali, onde só havia nós na parada. Era na Avenida Protásio Alves pelo que lembro. Bem, fato era que já passava das 20 horas e nós ainda aguardando a tal da condução. Quando enfim chegou, nos dando alívio geral. Ah sim, o Dreher. Sim, ele foi consumido meio às pressas durante o trajeto todo, sendo eu o último a beber os últimos goles ardentes e jogando fora a garrafinha já quase chegando às roletas do estádio. E o nosso amigo, dono da bebida já estava um tanto fora do perfeito juízo tendo de ser ajudado por nós para entrar e arranjar um lugar. Então conseguimos nos posicionar rente à linha de fundo um tanto perto da Geral. E o nosso amigo ficou logo abaixo de nós sentado, tentando se recuperar. E eu também já estava vendo tudo numa rotação um pouco mais rápida do que o normal. Mas conseguimos entrar com o estádio já razoavelmente cheio. Na realidade, quase lotado.

ATO 3 – O Jogo

Esse é a parte que mais interessa de fato. A torcida insandecida saudou a entrada do time em campo e isso já me chamou a atenção talvez pelo que fora ingerido antes no lado de fora. Mas foi um êxtase. Quando o jogo começa é que se percebe o real efeito da coisa. Comparado com a televisão, o jogo visto do estádio já transcorre numa velocidade superior. Somado a isso o fato de se estar “alegreto”, a partida fica bem mais rápida. Novo êxtase tomou conta de mim nessa hora. Tal a pegada foi e o dinamismo também que a tensão atingiu o limite quase que extremo, mas isso no bom sentido. No caso deixa a pessoa ligada ao extremo, atenta, por vezes ostensiva, como pra evitar eventuais empurrões de quem queria ir ao banheiro.
Quando então se observa cobrança de falta láááá no outro gol quando a bola sobra pra Tcheco e Wwwooofff!! Pronto. Nesse momento foi o frenesi que tomou conta de todo o lugar. A confiança já era perfeitamente palpável a todos. Nesse momento nosso amigo que estava em dificuldades já veio em recuperação, tanto que vibrou junto e a partir daí então passou a ver o jogo de fato. E aquilo que já estava rápido, teve a velocidade multiplicada graças ao gol. Era como se fosse um vídeo-tape e fosse acionado o comando Fast –Foward 4x. Tu curte tudo numa boa, mas a partir de certo momento começa a cansar e desativa o botão. Só que isso não foi preciso porque o primeiro tempo acabava e aquele fervor interno ia aos poucos cessando, fazendo com que eu voltasse ao meu total e íntegro estado.
Veio o segundo tempo e com ele toda aquela ansiedade que se sente em grandes decisões. E um aperto incômodo porque “eles” vieram pra cima com uma formação mais ofensiva. A torcida cumpriu seu papel incentivando com os cantos e gritos de guerra na hora mais difícil. Só aquele calafrio no momento do escanteio cobrado direto no travessão. Mas foi tão rápido que nem surtiu efeito. Tinha-se a confiança de que algo melhor estava por vir. Isso é o que realmente só se pode sentir no estádio, testemunhando o acontecimento, participando indiretamente dele. Essa coisa que emana e toma forma de diversas maneiras, algo como premonição, mas não exatamente por este sentido literal da palavra. É um dos fatores que levam as pessoas aos estádios, mesmo sabendo que aquele jogo vai passar na TV e que se poderia ficar em casa aturando a narração daquele mala que tu sabe que vai sempre torcer pro outro time.
A tal peleja estava tomando rumo incerto quando um ataque aparentemente despretensioso do Tricolor Imortal. Olhares atentos, atônitos, alertas. Nesse instante, não sei se por distração ou leve seqüela das doses de conhaque, lembro-me somente de ver a bola caindo na entrada da área após uma “disputa” e Diego Souza chega com tudo e emenda o chute fatal e se vê a bola rente aos olhos passando em quiques e o imóvel Rogério Ceni. Pronto!! De novo!! A festa agora era consumada com o placar sendo alcançado de uma forma tão heróica quanto bela. Inquestionável. A tensão nessa hora chega enfim ao limite extremo, sobre-humano quase. Algumas bolas alçadas e uma rélis tentativa de chute logo no finalzinho e só. Nenhum grave perigo ao gol de Saja desde então.
Fim de jogo. Enfim tudo acaba bem. A multidão fica no estádio comemorando o feito e a imortalidade intacta. Ela continua sendo posta à prova. Realmente demorei pra postar esse texto, mas ainda a tempo de ficarmos espertos contra o Defensor do Uruguai e torcer muito para que continuemos na competição rumo ao sonho maior até agora.

Trilha do post –> Anarquia – Ronnie Von

PARABÉNS TRICOLOR!!!


Sei que demorei muito para postar qualquer coisa aqui. Ficou um tempinho parado, mas faz parte!! Agora retomo aqui de modo triunfal parabenizando e cumprimentando toda a Nação Tricolor pelo Bi gaúcho. Campeonato no qual fomos SOBERANOS do início ao fim.

No mais, tudo é festa, cumprimentos daqueles que devem os dar e saudações tricoloreeeeess!!!

domingo, 6 de maio de 2007

PRÓXIMO DO PARAÍSO – ou Dando a Morta (parte 2)


Outra noite adentrava recheada de expectativa no nosso rincão. Só que dessa vez era repleta de um clima mais nebuloso (não pelo emocional, mas o ambiental mesmo), úmido, com uma leve chuva caindo. Era nesse cenário tipicamente londrino no qual fomos testemunhar mais uma decisão do nosso tricolor, agra contra o guarani Cerro Porteño. O resultado necessário era uma vitória simples. Mas o que é simples na vida do Grêmio? Podemos dizer que o que houve de mais simples pra nós foi a nossa preparação para a ida, regada a doses de licor de coco e posteriormente cerveja com Dreher. Sim, o efeito foi (muito) positivo e sem seqüelas sérias. Foi um daqueles “aqueces” que só tornou mais animado o ‘antes’ do jogo.
Nessa altura já tinha parado a chuvinha. A chegada ao estádio foi uma das mais entusiasmadas que já presenciei. E para completar o ônibus da delegação chega bem naquele momento ao estádio. Valeu a correria pra dar aquela força a mais na chegada. Nisso quando éramos 3, viramos 4 com a chegada de um amigo de meu amigo, que junto com seu pai fechava o quarteto. Confundiu? Tudo bem, isso é só um detalhe mesmo. Nisso a entrada no estádio também foi bem tranqüila, e creio que as futuras também serão, pois foram postas estruturas metálicas para delimitar filas. Agora tem fila para mulheres, para crianças, para idosos, sócios, não-sócios, enfim. Era algo necessário. Ocupa mais espaço, mas azar. Isso é o que não falta no acesso ao Olímpico. De minha parte está aprovadíssima a medida. Isso acelerou o acesso em aproximadamente meia-hora......suponho.
Lá já nos deparamos com os setores se formando para o grande jogo. Por sugestões e um incrível apelo emocional, acabamos nas imediações da Geral. Estávamos sendo bem abastecidos ali, afinal já dizia uma canção que “uma cerveja é muito bom pra ficar pensando melhor”. Suprimi quando diz “antes do almoço”, mas troquemos por “antes do jogo”; mais de acordo. Quando nos damos conta, o espaço correspondente à torcida já estava todo tomado por um pessoal preparado para a celebração desse espetáculo popular chamado futebol.
O mais bacana disso tudo é que junto da “gurizada” estava o pai de meu amigo, que acompanhou todo o ímpeto do pessoal; as canções, enfim, tu-do!!! Eis que a hora do jogo chega e não é de graça que aquele espaço atrás da goleira à esquerda das cabines é o espaço do estádio mais vigiado e ao mesmo tempo exaltado. Já a mais de uma hora antes da partida a Geral já entoava os cantos e dava o devido clima ao palco do evento. O ritmo “lá-e-cá” do início em nada afetou, pelo contrário. As chances aos poucos iam surgindo e ficávamos mais confiantes no resultado necessário. Estava junto de meu radinho para acompanhar literalmente tudo do jogo. Quando o costume pega, é brabo largar. Mas tudo bem. Estávamos bem posicionados na arquibancada, já que tínhamos ficado um pouco a direita das faixas da torcida, o que nos propiciou visão total do campo. Isso foi muito importante. Eis que é dada uma falta na esquerda de ataque, quase rente à nossa posição. Expectativa forte, já sucedia cerca de meia-dúzia de escanteios quando a bola é alçada e Teco fulmina o gol com a cabeçada no segundo pau. O momento máximo ocorre, mas é abortado. O gol foi invalidado por um delírio infame do bandeirinha. Mas para o pai de meu amigo isso foi bom. Isso porque ele não conseguiria acompanhar a avalanche e meu amigo ficou o cercando tal qual um guarda-costas. Nada de mais aconteceu. Só comprometeu nossa continuidade ali naquele local, algo que eu também já temia. Mas não deu nada.
Perto do fim do primeiro tempo estávamos em vias de achar um outro lugar, porém no meio da arquibancada, próximo ao risco central do gramado. Era recém encerrada a primeira etapa quando parecíamos estar bem localizados. Ocorre que caminhar por entre a multidão é uma tarefa nada fácil. “E então?” “Onde está teu pai?” “Ué, ele não tava contigo?” “Sim, mas ele me largou por ali assim e depois não o vi mais” “Ele deve ter ficado por ali, então” “Bahh...vou ver então...tu fica aí e eu vou achar ele” “Tá, eu seguro aqui o lugar” “Falou!”
Assim, basicamente se desencadeou o grande mistério que durou o intervalo e parte do segundo tempo. Até aí já tínhamos consumido boas doses o suficiente para darmos um tempo. A tensão começou a subir na medida em que os minutos se passavam e nada....nada....nada. Nem no reencontro, muito menos no jogo. O que era uma preocupação viraram duas. O time estava levando menos perigo ao gol paraguaio naquele momento, o que começava a causar angústia e outras coisinhas nada fáceis naquele momento. E quando eu me via tomado por aquilo, ouço um chamado a poucos metros de mim: “Ô meu....ô meeeuuuu....Ô PORRA!!!” “Hann...hein?!” “Vem junto aqui...achei ele já!” “Bah....feito!”
Sim, enfim o reencontro. Enquanto ele me contava por onde andou nas arquibancadas ( quase todo o espaço dela), era apontada uma falta pro Grêmio na direita de ataque. Ao terminar a explicação, formou-se um silêncio momentâneo ao redor. Aquela expectativa na qual em raras ocasiões se presencia. A bola é alçada por Sandro Goiano, ela vai com rapidez pra área, é acertada por uma cabeçada certeira no meio do bolo, ela vai mais rápida ainda, ameaça subir e no momento exato desce tal qual o zepelim em chamas e se esbalda na rede a estufando. A explosão, a euforia, o êxtase. Tudo isso potencializado na enésima potência culminou no instante seguinte. Abraçamos-nos como em raros momentos na vida se faz com alguém (sem segunda intenção, ok?). A emoção foi ao limite extremo, ou quase. Depois daquilo todos esperavam pelo final do jogo que estava bem longe ainda, ou quase. Houve chances para um segundo gol depois daí, o que seria mais justo. Mas aquele velho detalhe no qual só o futebol explica o impediu. E quase ocorre a tragédia quando vimos a bola no cruzamento do paraguaio passar sorrindo rente ao gol tricolor, mas de tão feliz não quis entrar. Melhor pra nós. Logo após aquilo, decretado o destino tricolor da classificação tão árdua e merecidamente conquistada para a próxima fase da Libertadores. Quanto a nós, saímos do estádio felizes e com a certeza de que sempre atingimos nossos objetivos quando estamos juntos. Agora vamos tocando o barco com decisões pela frente, já que o que nos espera é uma série de jogos de deixar os cabelos em pé, ou quase.
*Trilha - Near Wild Heaven - R.E.M. (pelo título) // Fruit Cake - Renato & seus Blue Caps

sexta-feira, 27 de abril de 2007

VAMO ALI HOJEEEEE!!!


A festa FUNHOUSE tinge-se de cores e formas variadas graças à psicodelia das bandas
ERIC VAN DELIC e OS FLUTUANTES.
Dia: 28/04
Horário: 23h
No som, DJ Marcelo Calavera.
Ingresso: R$7.
Endereço: Av. Pedro Adams Filho, 4258 - Novo Hamburgo
ESPERAMOS TODOS LÁ!!!!
Trilha: Vou sair por aí - Os Flutuantes

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Fugindo do Inferno – ou Dando a Morta (Parte 1)


Não é à toa que o futebol carrega essa enormidade de místicas, superstições e afins. É o esporte mais popular do planeta sim. E com toda a justiça. Poucas coisas nos fazem revigorar crenças e fazer caminhar com sincronia corpo e alma. Ele pode tanto destruir como ressuscitar um dia que parece morto. Morto? Existem coisas que morrem de antemão? Podem até existir, mas não que seja de conhecimento de uma certa massa que se identifica com um certo clube com mais de 100 anos de história.
Em meio à polvorosa de má fase e notícias de origens duvidosas, chegava a noite de 20 de abril e essa tal massa estava ansiosa, porém um pouco descrente. É que seu clube se via numa situação delicadíssima. Tinha que fazer pelo menos 3 x 0 para levar a decisão da vaga para a final do Gauchão nos pênaltis (o que no começo de tudo já era improvável), ou então fazer 4 x 0 e comemorar. Sem contar a possibilidade de levar um gol e então ficar com encargo de fazer marcar um a mais para compensar o gol qualificado. Pois é, esse time da tal situação é o Grêmio. Aahhhh....devem pensar: mas ele já esteve em enrascada pior noutra vezes!! Sim, de fato, mas aqui há o agravante de que junto com a reversão de placar vêm a auto-confiança (muito baixa) e o tal ambiente carregado pelos fatores extra-campo já mencionados. Se bem que, como diz meu pai, uma coisa puxa outra. Mas vá lá.
Não parece mas, tudo isso junto e inflacionado pela responsabilidade de se manter na ponta de cima da “gangorra” afeta todo um grupo de jogadores e aflige a torcida inevitavelmente. Estranhamente eu e meu amigo chegamos ao bar e nos posicionamos todos muito tranqüilos. Parece que tudo escrito acima é pura balela, lembrando de como estávamos até o início do jogo. Acontece que NÓS ali desde muito antes tínhamos consciência de algo que também é fundamental, não apenas aos jogadores, mas para todas as pessoas. Trata-se do resgate do orgulho pessoal, do caráter limpo e livre de qualquer marca pesada. Há momentos em que ou nos impomos perante a dificuldade sem muito pensar, ou nos afundamos com nossos pesares. Para o Grêmio e seus atletas ficou exposta a primeira opção.
Logo no primeiro minuto todo e qualquer resquício de descrença que poderia repousar nas almas gremistas foi aniquilado. Ao ver o ímpeto irresistível do time combinado com o ritmo frenético do jogo, bastava saber quando viria o primeiro gol para, de vez, se imprimir a tal reversão “impossível”. E digo agora que ele até demorou!hehe... Ao que lembro foi aos 13 minutos de forma um tanto inesperada por Patrício(lateral direito) e seu chute de pé esquerdo, que aiiiinda desvia no zagueiro, o goleiro esboça reação ainda encostando na bola e enfim esta entra mansamente. Não podia ser mais simbólico este gol! A essa altura o adversário (Ahh sim!!) Caxias ainda não se fragava da enrascada na qual ELE se metia. Em menos de 5 minutos já se foram mais 2 chances e logo o segundo gol, esse sim sufocante (para o adversário). Então sucederam-se chances e chances de forma com que aquele sentimento presente em meu íntimo tomasse forma e cores tricolores e resultasse em uma dúvida de quando enfim seria revertida essa vantagem, de acordo com o que se via no jogo.
Bem, vamos com calma, afinal futebol não é mágica, mas chega muuuito perto disso algumas vezes. Perto do final do primeiro tempo veio enfim o terceiro gol e assim fora assinado o decreto de morte do time serrano. E o intervalo da partida foi o mais incrível e eufórico dos últimos tempos. Considerando que nosso rival um dia antes necessitava do mesmo placar e acabou se estrepando. Mas isso é para se comentar noutro momento. Em um instante pairou uma dúvida sobre se o time conseguiria manter o padrão celerado para o segundo tempo.
Isso foi respondido logo nos primeiros minutos da segunda metade do jogo. O ritmo continuou forte realmente. As coisas parecem se encaminhar para o imponderável prevalecer. Mas os minutos começam a passar...............passar.....................passar................e o tal gol não vem. Eis que no meio desse momento capicioso vem um jogador de camisa grená em alta velocidade com a bola. E ele passa pelos jogadores do Grêmio como quer e adentra a área com voracidade daquele criminoso impagável. Mal ele sabia que ali havia gente mais impiedosa que esse jogador, cujo nome não lembro agora. Resultado, chute abafado, corpo no chão e bola para escanteio. Foi este o grande momento de perigo sofrido pela equipe durante todo o jogo.
Bem, no intervalo, melhor, antes dele, foi dado o decreto da morte do Caxias, mas faltava o ato final, a ceifada definitiva. Bem, pois quando a (nova) dúvida começava a tomar corpo e forma, houve um cruzamento da esquerda para Tuta cabecear impiedosamente (agora sim!!) para o gol. Pronto! A guilhotina passou e então o tal ato improvável ou impossível tomou forma. Aquilo que estava preparado para ser um motivo de forte chacota virou mais um exemplo de que não se mexe com o brio da mística tricolor. Só depois do fim do jogo, ficou provado aquilo escrito no primeiro parágrafo sobre o futebol. Pode haver outras definições mais seguras e técnicas sobre ele. Mas eu prefiro essa que envolve mais o sentimental do que o racional. Valeu à pena até ter saído do bar sem pagar a bebida! Opa, mas isso não é Fair-play! Tá bem, afinal a noite já estava ganha!!
*trilha: Insterstellar Overdrive - Pink Floyd / Divino, Maravilhoso - Gal Costa
C.V.

terça-feira, 24 de abril de 2007

Paredes rachadas nas extremidades



O filme Zona de Conflito (Inglaterra, 1999) dirigido por Tim Roth deixou para mim a lição de que não há nada que possa ser omitido ou ocultado eternamente. Além do que, esse ato é sujeito a provocar graves seqüelas quando este se dá no meio familiar. O fetiche é uma daquelas coisas que todos um dia tiveram ou têm, porém não se faz questão nenhuma de se revelar. Às vezes nem a nós mesmos.
Mas o que chamou atenção no todo, não é somente essa questão, mas também como qualquer um de nós é capaz de se sentir mais seguro, ou menos vulnerável (depende do ponto de vista), aos riscos oferecidos pelos segredos, pelas pequenas coisas que se encontram nas entrelinhas da vida. Enfim, isso pode ficar mais claro pra nós por diversas maneiras, mas aí entra a questão pessoal daquele que sobra no grupo, no caso aqui a família. É árduo pra qualquer um ter que pesar o vínculo afetivo coletivo com o vínculo afetivo íntimo. Claro que para se entender isso não é necessário ver o filme. Basta ter uma convivência “normal” em família para se identificar isso.
Dentre essas maneiras de chegar até a chave do “conflito” está a posta no filme. Como deixar uma criança aparentemente normal traumatizada lhe causando problemas comportamentais? Um dos métodos mais evidentes é a mudança de residência. Podem ser várias em dado espaço de tempo, mas no caso aqui é única e definitiva, na qual o mais afetado é o garoto Tom. Ele abandona não só a casa, mas também seus amigos, todo um ambiente que lhe fazia sentir-se confortável, uma espécie de rotina que lhe satisfazia. Nisso tudo era “escondido” tudo aquilo que cairia sobre ele na pacata e monótona Devon. Sua inocência seria (e foi) eternamente afetada por tudo aquilo que lhe parecia inimaginável (ou talvez outra palavra desse tipo).
No que envolve estritamente o filme, a única coisa sem noção propriamente dita foi o fato de sua mãe ter o bebê logo após o acidente, ainda com o carro virado à margem da estrada. Mas isso não deixa de representar simbolicamente a questão do imponderável que é mostrada no decorrer da história. O fato de Tom não ser mais o caçula “queridinho” da família é somente a cereja do bolo de situações indigestas nas quais ele vai encontrando. Já não basta conviver com o pai sendo verborragicamente agressivo. Este além de esparramar seu autoritarismo boçal, por vezes humilhando o garoto ainda tem o tal fetiche de....... “molestar” sua filha mais velha de vez em quando. E não bastou espiar pelo vidro do banheiro por acaso, teve que, dias depois, encontrar um pilha de fotos com cenas picantes dos dois. Filha essa que se mostra (não de graça), muito promíscua, além de se insinuar para o pobre e já afetado Tom. Uma chacota ideal para o rapaz tímido, espinhento, virgem e ainda assim acumulando traumas e choques com o panorama oferecido especialmente por ela e seu rico pai. E a mãe dele? Bem, ela anda ocupada somente com o nenê e simplesmente passa batido por tudo com o que o jovem Tom bate de frente. Tanto que na sua cabeça, o marido é o exemplo ideal de pai de família que se mudou com a família somente por fins profissionais.
A essa altura nem lhe afeta muito o fato de uma amiga de sua irmã, que poderia ser sua mãe(frase dita pela própria ao garoto), tentar tirar sua virgindade. Mas o constrangimento é tal que nada acontece. O estopim disso tudo é quando em dado momento ele flagra o pai se excedendo com a garota de modo com que a própria se sinta de fato molestada. E como Tom já sabia da relação, acaba entrando em cena a tal cumplicidade fraterna vista nas melhores famílias. Logo o pai deles é o vilão definitivo. Nesse enfrentamento fica claro que não há hierarquia familiar ou o tal vínculo coletivo que supere a honra pessoal. E quando nos deparamos com esse tipo de situação é que nos sentimos presas fáceis das armadilhas da vida, mesmo que elas não estejam presentes de fato em nós. Conclui-se que somos fracos e que deixaríamos simplesmente o ciclo seguir normalmente e fingir que nada acontece, que está tudo bem.
Isso nos mostra além disso que, Tom era o “normal” na família e que além disso resolve encarar e superar as suas limitações de personalidade afrontando os males que o cercam e mais: impedir que esses se alastrem afetando a criança recém-nascida e tragam seqüelas ainda maiores para ele, sua irmã e sua mãe. Deixa claro que antes de pensar em fugir de uma zona de conflito, deve-se tentar superá-la para não ser vencido.
*Trilha: King Crimson - Epitaph (inspirou o título do post)
C.V.

terça-feira, 10 de abril de 2007

A Páscoa no Brasil!!!!!!

Com certo atraso, mas tudo bem!!!!


What´s Up, Doc????
C.V.
**fonte da foto

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Play that funky music, white boy!!!

Grande noite!! Grande festa!!
É o que se tem a dizer do que ocorreu no último sábado, evento mencionado no post abaixo. O melhor dos gêneros mais bacanas que podem rolar em uma festa, e também contando com momentos excêntricos e sequências fora da casinha (no bom sentido) que dão o charme e peculiaridade identificáveis somente ali!!!

Vida Longa à Brahmod e a todos que nela se envolvem!!!

Orkut e Myspace da festa
**título homônimo de um clássico de Sly & the Family Stone, incluído no repertório da festa!

C.V.

sábado, 31 de março de 2007

Vamo Ali!!!!

Pra quem ainda não foi...................................altamente recomendável!!!
Até!!

C.V.

quinta-feira, 29 de março de 2007

Garra e superação acima de tudo


GRÊMIO 1 X 0 TOLIMA(Colômbia)


Aqui então, venho trazer meu parecer (e talvez de mais pessoas) sobre o jogo entre Grêmio e Desportes Tolima da Colômbia. Partida essa marcada acima de tudo pela capacidade de explorar a última gota de suor e aquela fibra de músculo mais detonada a fim de dar aquele último pique, seja para afastar o perigo ou para acertar aquele passe ou chute a gol. Mas como aqui não é nenhum caderno de esportes, abordarei isso de modo abrangente e (não tanto assim) pessoal.
Após curtir uma tarde num aquecimento bacana com som bacana, encontro meus amigos e fomos nós pro jogo. Muito calor fez na terça dia 27 de março de 2007. Um moderado mormaço reforçava a sensação sufocante. E no final de tarde isso fica mais em evidência quando tu te deparas com multidões correndo pras suas casas vindas de seus compromissos. A viagem de ida foi tranqüila, porém muito festejada (o que é normal em se tratando da Torcida Tricolor). Ceva e descontração foram as máximas nos arredores do estádio. Muitas boas visões contempladas de todo lado. E em noite quente, um estádio de futebol em noite de grande jogo é uma boa pedida. Já prometo aqui escrever um texto somente sobre a mulher gremista. Mas isso é pra outra hora! Mas sobre a bebida, ela poderia ser mais degustada se não fossem os preços tão salgados. Mas vá lá. Entramos enfim no Portão 16, do outro lado por aonde chegamos, porém caminhada válida, pois não havia fila alguma. Ah...os ingressos! O meu era de sócio e os de meus dois amigos de estudante. Nem eu sou sócio, tampouco eles estudantes. Sabe, são as ajudinhas de irmão e amiga com namorado, respectivamente. Tudo para pagar metade do valor. Vale a pena, podes crer!!!
Enfim mais algumas cevas e coisa e tal, a empolgação começa a pegar junto com o álcool e os gritos e xingamentos pro juiz e pros jogadores adversários em aquecimento começam a ficar mais altos. O estádio não lotou, mas a arquibancada é um bando de gente ansiosa e festeira. Não lembro de ver pessoal tão entusiasmado naquela parte do estádio. E enfim entra o Grêmio e logo a seguir entra o Tolima e em meio aos jogadores, uma figura que era mais um Rei Momo paraguaio, um pavão velho. A fantasia tinha as cores do clube: Vinho e amarelo. Não, não era vermelho conforme boa parte da imprensa disse. O cara foi retirado por um segurança do estádio após saudar a empolgada torcida visitante. Umas............................9-10 pessoas. Pessoal que gosta de arriscar o pelego!
E então o jogo começa e a correria come. Tal qual um exército bárbaro, o Grêmio logo se impõe como era de se esperar. A primeira chance finalizada com o chute do William na rede por fora indicava algo interessante. E então pouco depois se via o Ramon em meio a três colombianos (isto considerando meu ângulo de visão), e ao se desvencilhar cruza de forma despretenciosa pra área e tal qual um imã e seu metal, Tuta a domina. Com um giro veloz livra-se do marcador e dispara a canhota com a tranqüilidade e perspicácia do autêntico matador. A bola vai ao goleiro, mas de tal maneira que ficou complicada a defesa e ao ir morrendo no fundo da rede a multidão delirava num momento único que só o futebol proporciona. Tu abraça gente que nunca viu mais gorda na tua vida, mas tudo bem. Mais sorte tem quem fica atrás ou em frente a mulheres mais (ahnnnnn.....) providas.
Mas isso foi aos 21 minutos do primeiro tempo. Putzzzzz......muito jogo pela frente. Vamo ali! O que se vê a partir daí é uma busca incansável pela bola e muita disputa pegada. O tipo de jogo ideal pra se apreciar. Afinal, a disputa é o que enaltece e caracteriza o jogo. Mas a respiração é presa sempre que o camisa 11 deles pegava a bola. Como os nomes são impossíveis de memorizar, o chamemos de Drogba, devido à semelhança com o dito cujo. Inclusive os mullets. O cara além de muito chato é rápido. Um dos quatro cartões amarelos do primeiro tempo dados ao Grêmio foi pro William, consequência de um agarrão no sósia na beira da grande área. Quem joga futebol sabe que em certos momentos a providência reina soberana. Em meio a investidas e corre-corre, Carlos Eduardo tem a chance fazer o segundo, mas foi travado no momento certo por dois zagueiros. Daí então, passam mais uns minutos e sobra uma bola para um chute do jogador colombiano que vai por cima e logo se acaba o primeiro tempo, aparentemente tranqüilo, não fosse um bolinho de jogadores tricolores se formar uns apartando outros. Logo identificam-se Tcheco e Edmilson sendo separados para evitar um escândalo horrível iminente. E ainda o Lúcio também na parada soltando o verbo.
Daí é a hora em que grande parte do pessoal enfim, senta na arquibancada. O caminho até a copa (que já era difícil) fica ainda mais complicado. Mas até ir e voltar os times já estavam voltando a campo e a tensão é renovada. O Grêmio atacou no golo de onde estávamos mais próximos. Tem vezes em que quando se pega o carro no tranco depois de muita força ele anda que é uma beleza. O mesmo vale para outros tipos de aparelho também. O mesmo serviu para o time que veio de modo avassalador pra cima do Tolima. Los Pijaos (que é como são conhecidos em seu país) ficaram literalmente acoados. Nessa blitzkrieg gremista incluem-se um chute forte e bem colocado de Ramon obrigando o goleiro a fazer difícil defesa. Em seguida no escanteio, o próprio cabeceia pertinho do travessão. Logo em seguida uma roubada de bola de Tcheco no ataque e uma troca de passe resultando num chute de Ramon(ou de Tuta?) que bate no goleiro já caído e a bola sobra pra Lucas que cabeceia com o gol aberto.........pra fora. Menos de cinco minutos depois, novo cruzamento e então Tuta faz a bola lamber a trave direita tal qual o sorvete de chocolate do Jóia. Nesse momento todo mundo deu aquele pulo tal qual uma suposta comemoração de gol.
Em meio a isso tudo, o Drogba versão tamarindo foi aos poucos se ofuscando do jogo. O time da saudosa cidade de Ibagué foi se limitando a tocar a bola tentando algo. Conseguia umas escapadas esporádicas e algumas faltas próximas da área. E também uma pitada de malandragem inútil quando Carlos Eduardo estava caído e eles, com posse da bola, seguiram o jogo até um chute de longe pra fora, o que obrigou o arqueiro Saja e outros jogadores gremistas a cobrarem uma atitude do juiz além de dar o velho pára-ti-quieto nos caras. Daí o jogo tomou contornos de uma legítima partida de Libertadores da América com chegadas fortes, catimba e muita entrega. O que o Grêmio tentou fazer e não conseguia, logo com a entrada de Douglas, era reter a bola na frente. Como isso não ocorria os colombianos começaram a então se assanhar mais tentando algo. Disse ten-tan-do. Nessa noite a defesa estava inspirada, mas sabe como é, né? O pavor já estava chegando aos gargumilhos literalmente. Nessa hora ninguém mais quis saber de cerveja.
Depois de alguns chutinhos de longe, enfim uma atitude mais eficaz, digamos. Diego Souza, que havia sobrado na escalação pra titular, entrou no lugar de Ramon, o sempre crucificado da torcida. Mais vaias (minha inclusive) do que aplausos. Mesmo sendo ele o autor do passe pro gol redentor. E então o rapaz que entrou fez o que era pro Douglas já estar fazendo fazia tempo: segurar a bola no ataque. Com isso ele conseguiu alguns escanteios e laterais suficientes pra matar o tempo. E ao tão esperado apito final em meio à vibração, o próprio chuta a bola pra arquibancada caindo a poucos corpos de distância de mim. Seria um portentoso prêmio levar uma bola de Libertadores, colorida e tudo mais, pra casa após um embate no qual reinaram soberanas a garra e a disposição de tirar as caras com esse tal Tolima que tanto nos atormentara há duas semanas atrás.
Na saída, a certeza de um ânimo renovado e de uma volta mais tranqüila ainda. Mesmo ela sendo a pé do estádio até o viaduto onde pegamos o ônibus pra volta, lotado como não via há tempos. Após um jogo desses, descrever tudo, tudo, tudo, fica complicado, pois têm coisas que se vê sempre, mas procura-se destacar aquilo que é (um pouco) peculiar. E também a confiança na memória é algo nada fácil a essa altura do campeonato. Mesmo que ele esteja ainda na primeira fase. Ta bom, parei!!


Tcheco

O camisa 10 tricolor esteve em uma noite daquelas pra se dizer “É, pelo menos corri mais, passei um pouco melhor e chutei de vez em quando. Não queimei meu filme hoje”. Sim, o nosso capitão não comprometeu dentro do jogo desta vez. Esteve longe de seus melhores dias, mas conseguiu manchar aquela imagem derrotada deixada no jogo contra o Cucuta, na qual só não pediu pra sair ou simulou contusão pra não dar na vista e a imprensa não cair de boca. Tomara que esse jogo seja o começo de um retorno aos melhores dias de forma gradual. Afinal o futebol (também) é continuação, conforme o Mano.

Desportes Tolima

Diferentemente dos jogadores e comissão técnica do Cucuta, eles não vieram pra dar uma de turistas tirando fotos da torcida até quando o jogo recém havia terminado. O que eles não têm de bobos, tem de chatos. Eta time com toque de bola enjoado. Mas o que mais se sobressai nos Pijaos (não sei a tradução disso!) não é seu futebol, mas sim seu uniforme. Um dos mais horríveis que já vi. A camisa é listrada nas cores vinho-tinto e amarelo com reforço da primeira cor nos ombros, calções vinho também e meias amarelas. Mais parece alegoria de carnaval da Vila Mequetrefe. Credo!! E quanto ao torcedor símbolo, não há mais o que falar, até porque é bom deixar cada tribo com seu ritual. Afinal antes de tudo, o futebol também é uma chance de trocar conhecimentos com os adversários estrangeiros.

Geral do Grêmio

Não a destaquei no texto pois ela (quase) sempre merece um capítulo à parte. Nem que seja um adendozinho. Mas é preciso reconhecer que esta torcida é foda pra caramba. Sem uniforme oficial nem nada puxa todo um estádio com seus cantos cada vez mais cativantes. Não de graça chama atenção de outras torcidas brasileiras e crônica em geral. Mas isso não significa que excessos sejam tolerados. Considerando também um certo preciosismo do juiz para com o “espetáculo”, simplesmente parou o jogo por 2 minutos e 20 segundos devido a uma nuvem de fumaça que pairou sobre o campo. É importante lembrar que isso sempre foi tolerado em jogos de Libertadores mas em nome de uma hipócrita modernidade, ou nova moral, enfim seja lá o que for, qualquer coisa extra-campo que ocorra pode ser motivo para provocar um prejuízo no jogo e(ou) dependendo da situação, em penalização ao clube responsável. Parece que é isso o que vai acontecer ao Grêmio depois das dezenas de sinalizadores e afins estourados, sendo que vários deles caíram próximos ao gramado. E assim aquele insuportável debate sobre torcidas organizadas retorna aos programas esportivos. Esperamos que este tal prejuízo, se houver, seja o mínimo possível.

Tuta

Quando o cara tem o dom, não adianta. Mas não basta somente tê-lo. Há de se fazer bom uso dele quando é preciso. Este foi o caso do nosso Moacir Bastos, o Tuta, no último jogo. Na primeira bola recebida dentro do seu rincão, ou grande área quem preferir, ele tratou de limar o intruso zagueiro e desferiu um golpe letal com a canhota tendo no goleiro tolimense sua principal vítima. Sempre que recebeu a bola seja dentro ou fora da área representou real perigo para o adversário. Como dizia tio Nelsinho, do seu lábio pendia a baba elástica e bovina do matador. Só saiu devido ao cansaço já passados 30 minutos do segundo tempo. Enfim, ele provou que um cara lá na área com presença faz sim a diferença!!

Agora já foi!!!

Bem....esse é o primeiro post desse blog cuja idéia é falar sobre coisas Nada Fáceis!!!
Vamos ver no que vai dar! No mais espero que todos que por aqui passarem se sintam bem!!!!
Obrigado!!!