quinta-feira, 14 de junho de 2007

Eu Acredito!!!



Quem viu o jogo de ontem pôde comprovar de que o Boca é um grande time, mas é sim...BATÍVEL!!!

É possível SIM reverter, ao menos igualar o escore!! Já está se formando uma intensa mobilização em torno dessa decisão!!

Vamos GRÊMIO com força e com garra e honra tua história!!!

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Lutaremos que Ganhamos!!!


GRÊMIO 2 X 0 SANTOS – 30/05/07 Estádio Olímpico – POA


Dois dias antes do jogo fui incumbido de ir pegar os ingressos, por, entre outros fatores, ser o menos “ocupado” da turma. Resolvi não enfiar os pés pelas mãos e ir em horário dito comercial, aquele horário racional no qual muitos acordam normalmente para ir trabalhar ou estudar. O plano era chegar lá num horário nas quais as bilheterias recém tivessem abertas para não comprometer com o restante do dia. Nesse dia pude perceber de fato duas coisas.
Uma delas era real e factível. É a de que existem momentos e circunstâncias na tua vida em que tudo que for considerado racional e normal deve ser sumariamente jogado fora, aniquilado. Isto porque se soube que havia gente “pousando” de domingo para segunda-feira na fila do estádio para pegar ingresso e além disso após pegar a entrada de Sócio Torcedor com a carteirinha emprestada de meu irmão, me deparei com a maior fila já vista em torno de um estádio. Ela iniciava bem no portão principal que dá acesso ao Largo dos Campeões e tinha fim só na bilheteria do outro lado do estádio, isto é, do outro lado da quadra. Menos mal que estava preparado para tudo e estava acompanhado de um livro para matar um tempo.
A partir daquele instante veio então à tona outra percepção. Essa talvez seja mais difícil de explicar, mas não custa nada tentar. É algo mais abstrato porém muito palpável. Não sei se é uma sensação ou uma mistura de várias, mas garanto que é algo muito gostoso e confortável, algo que infla tua alma e teu corpo. Algo que a pessoa só sentiu de forma parecida na infância, no meu caso me remete direto aos meus 13 anos de idade. Isso já fazem 12 anos. Mas enfim, deixa-se em aberto embora o registro seja válido. No dia e até há bem pouco achei que fosse por conta dos remédios que estava tomando para combater os fortes ataques alérgicos. Mas depois vi que isso continuava e continua até agora embora de modo mais discreto. Não sei ainda que relação isso tem com essa história ou com o que está por vir, mas como já disse, não custa nada registrar pois coisas assim são boas demais para ficar em segredo, ou sem um mínimo aceno.
Agora depois de expostas estas duas coisas aprendidas, vamos a realidade. Não estive disposto a verificar essa fila enoooorme que se fazia até porque também estava sozinho e não tive como deixar ninguém de prontidão para verificar. Mas o fato foi que acabei perdendo um tempão ali pois já depois do meio-dia é que fui descobrir que aquela fila escabrosa era a de estudante. Bem, a essa altura já com fome e tudo mais, não me importava mais com o que poderia vir depois. Sendo assim atravessei a zona das bilheterias e me posicionei na fila “normal” que comparada com a outra estava em tamanho bem reduzido. Dessa forma uns 40 minutos depois de entrar ali já estava, finalmente, comprando os benditos ingressos para o grande duelo.
Passa tudo isso e vem o dia. Aquela quarta-feira se apresentou bem fria desde o início causando cada vez mais frisson em mim e em todos os diretamente envolvidos na partida. Tanto que aquele dia voou rápido e rasteiro como todos os demais decisivos. Fora combinado de me encontrar com o pessoal lá no estádio em frente à GrêmioMania. O que não foi lá uma decisão muito esperta já que é um dos pontos de encontro mais marcados pela torcida, talvez só perdendo para o bar Preliminar que é em frente a entrada principal. Tinha decidido desde segunda que iria a pé para o estádio, fazendo jus a toda aquela superstição já mencionada em um post anterior, sim no anterior a esse aqui.
Quase chegando descubro que a pilha do rádio acabara e me vi estreito. Menos mal que nas proximidades é possível encontrar gente vendendo de tudo, ou quase tudo, que possa se relacionar ao jogo. Um desses foi a minha salvação. Seu principal produto eram radinhos de pilha daqueles pequenos, mas felizmente ele tinha muitas pilhas e um grupo delas de 4 ao valor de R$2 foi a minha salvação. Mas foi um tempo precioso perdido, já que o trajeto a pé é maior do que o gasto numa condução. Então apurei meu passo mais do que nunca. Mas nisso ao chegar lá descobri que o pessoal já tinha se encaminhado para as filas então fui ao portão 10 e consegui achá-los. Mas numa decisão, cada detalhe é importante e não pode ser deixado de lado, inclusive uma brecha entre tu e teu camarada numa fila. E isso ocorreu e foi pago um preço bem alto por isso. A fila onde eles estavam andou bem e a minha estacionou. Só fui entrar no estádio uns 15 minutos depois deles. Me fudi de fato!!
Então daí em diante até a hora do jogo mesmo, foi uma procura incansável com toques e chamadas entre celulares intermináveis e em vão. Percorri a arquibancada de uma ponta a outra e nada. Subi e desci e nada. Me senti um estranho no ninho, aquela criancinha desamparada na multidão. Afinal de contas em tudo se busca diversão. E não há como se ter diversão em um estádio vendo o jogo sozinho. Até se pode, mas é muito difícil. E foi o que restou. Mal eu sabia o que o evento central das coisas ali naquela noite me reservaria.

**********************************************************************************

Fiz essa divisão porque tudo escrito até então era sobre o antes. Agora vem o jogo mesmo. O entrevero das 4 linhas. O duelo. Algo engraçado que se notou foi que talvez nunca uma torcida fosse tão notada pelas suas confecções extra-jogo, os cartazes, desenhos, frases e tudo aquilo que permeia o folclore do futebol. Não se imaginava que uma piada em princípio tão óbvia sobre um jogador pudesse vingar tanto, como a do Zé Ruela, por exemplo, (referência ao Zé Roberto). Realmente os gremistas além de fervorosos são muito criativos, sim senhor.
Achei uma posição razoavelmente interessante após a busca sem sucesso pela minha turma. Iria considerá-la muito mais importante depois de tudo. Como estava (e ainda estou) sob orientação médica e dieta de remédios, não houve “aquecimento”, então pude assistir tudo na velocidade real das coisas. E a primeira impressão com aquele lançamento seguido de chute de Marcos Aurélio com grande defesa de Saja não foi das melhores. Mas o Tricolor desafia máximas e prova que a primeira impressão dificilmente é a que fica. Depois disso o time começou a se impor em campo com uma marcação forte e jogo objetivo com a bola no pé. À medida que as chances iam aparecendo a crença ia aumentando em relação a um bom resultado. Primeiro pela bola recebida por Tuta na área em meio aos zagueiros, ajeitada no peito e chutada pra fora com perigo. Após outras investidas, o predomínio técnico era do Grêmio até que em um lateral Diego Souza se enrola com um zagueiro santista e se nota este puxando o gremista pro chão. O apito de pênalti foi preciso e incendiou o estádio. Um dos grandes momentos de ansiedade coletiva, já registrados na história do Estádio Olímpico. Isso é fato. Após um minuto e meio, talvez dois, a cobrança é autorizada. Tive privilégios nesse momento pois eu estava exatamente colocado reto à marca do pênalti.
Daí o silêncio após o apito, a única coisa que se notava mover era o Tcheco indo pra bola, a calma, a precisão e o Golllllll!!!! O que se sucedeu foi um êxtase sem precedentes com múltiplas avalanches e uma vibração sem tamanho. Então um jogo que já estava mais para o Grêmio ficou todo pra ele. E quando a torcida ainda saboreava o mousse de chocolate do primeiro gol, eis que uma bola ficava rodando na defesa santista, o zagueiro Adailton não a domina bem e Carlos Eduardo surge tal qual um raio e lhe rouba a bola, chega em frente ao Fábio Costa e lhe cumprimenta com toque tão sutil quanto genial de pé esquerdo fazendo com que ela vá repousar novamente em redes santistas. Agora o que foi servido é um bolo suculento de chocolate com toda a ornamentação digna de uma confeiteira maravilhosa, deixando a cereja de lambuja pra quem quisesse. E ela esteve perto de ser comida ainda no primeiro tempo com um contra-ataque fulminante no qual Lúcio chutou pra fora. Logo terminava o primeiro tempo e nos vimos em uma panela de pressão em plena fervura total em oposição ao frio seco que nos corroia.
O segundo tempo trouxe com ele a impressão de que viveríamos uma tensão e pavor implacáveis, já que pude observar as alterações do Santos e que o deixava mais ofensivo. Mas o que vimos ao invés disso foi uma tropa de homens fardados de tricolor exercerem uma tarefa implacável, irretocável, inquestionável. Um exercício de superação impressionante, no qual deixou até nós espectadores pasmos. Não havia refresco para nenhum santista, a não ser que este ficasse pra trás da intermediária de defesa. Muitos tiveram destaque nisso, mas, o que eu ouvi muito no decorrer do jogo e especialmente no segundo tempo foram coisas sobre o Gavillán. A que mais me surpreendeu e dei razão a quem disse foi que “o problema dele era a camisa mesmo”. Ri muito na hora, mas depois vi que era mesmo verdade. O jogador paraguaio vem em processo de afinação com a equipe nos momentos decisivos. Outro é Sandro Goiano, este tem sido o legítimo xerife, mesmo com choradeiras pra cá e pra lá sobre seu jeito de jogar. Libertadores, afinal de contas, deve-se ter sempre um algo mais para se conquistá-la. A grande maioria das chances de gol da segunda etapa foi do Grêmio, mostrando como se joga futebol com imposição, lealdade e garra em seus domínios. O Santos com sua ofensividade só foi chutar a gol aos 35 do segundo tempo, o que mostrou realmente quem faz e fez por merecer a classificação a final da competição. Após o final do jogo enfim encontrei meus amigos e constatei que estávamos bem próximos até. Que no próximo não haja essa separação.
Bem, depois disso teve o jogo de volta e muita coisa se ouviu e se viu. Teve um pessoal lá falando umas merdas, um disse que disse, e mais ansiedade. E no fim deu o que tinha que dar, com muito sufoco. Mas chegamos lá e o adversário é totalmente respeitável e já é conhecido nosso. Vamos ali encarar mais essa pedreira e depois decidir tudo aqui em nossos domínios. Até lá então!!!

Trilha do post: Um é pouco, dois é bom, três é demais - Renato & seus Blue Caps // Good Morning, Good Morning - The Beatles